A revolução tecnológica na decoração

A revolução tecnológica na decoração

Como você talvez já tenha percebido, sou uma apaixonada por revistas – não à toa, trabalho em uma editora. Infelizmente, não me dedico à leitura delas tanto quanto eu gostaria, pois meus horários são concorridos (imagino que os seus também).

Na edição de novembro da Casa Claudia, que ainda não terminei, vi coisas muito interessantes sobre tendências. Pra minha alegria, a boa notícia é que o caminho é realmente o sustentável, abusando de peças antigas (que agora se chamam vintage), herdadas ou encontradas em brechós, misturando elementos sem medo e sem exclusão. (Vale ler a matéria especial da página 96, com as feras das tendências: Lisa White, do WGSN-Homebuildlife, e Li Edelkoort, pesquisadora holandesa).

Viva a democracia da decoração, que parece ter demorado a chegar. Antes tarde do que nunca, como diz o outro.

Mas o que quero ressaltar mesmo é o editorial, lá no comecinho da edição. Me lembro de quando eu estava no início do curso de Jornalismo e um professor comentou que poucas pessoas se importam com os editoriais. Pois bem, sou uma delas. Adoro “ouvir” o que os diretores têm a dizer sobre a revista que tenho nas mãos.

O Pedro Ariel Fontana, diretor de redação da Casa Claudia, falou sobre coisas que merecem ser compartilhadas. São elas:

“Vivemos no olho do furacão de uma revolução digital e as transformações acontecem num ritmo absurdo – na história da humanidade, só a Revolução Industrial, no século 18, provocou tantas mudanças.”

“(…) chegamos à conclusão de que a necessidade de criar um ninho sustentável, onde possamos imprimir a nossa personalidade, é a característica comum dos nossos tempos. Também pudera: diante de tanta exposição na internet e no Facebook, queremos mais é um cantinho só nosso para nos escondermos um pouco.”

O que achou? Concorda? Discorda? Por quê?

Me impressionou a comparação com a Revolução Industrial. Fiquei pensando e achei que é isso, mesmo. A tecnologia tomou conta de nós e nunca Marshall McLuhan esteve tão atual quanto hoje ao afirmar que os meios de comunicação são a extensão do homem. A exposição é quase sem fim, para aqueles que a desejam.

E aí, nadando contra esta maré, vem a necessidade de criarmos em nossa casa um ambiente cheio de aconchego e segurança, com muito conforto para descansar a mente e o corpo após um longo dia de trabalho e competições (mesmo que saudáveis). É como voltar ao ninho: uma conquista merecida ao lado daqueles que mais amamos.

Isso proporciona casas cada vez mais expressivas em relação à personalidade dos moradores. Hoje, pode tudo, não porque os profissionais de decoração e arquitetura permitem, mas porque nós mesmos permitimos. Hoje, ter uma obra de arte não faz diferença, pois é melhor reservar o espaço (cada vez menor, diga-se de passagem) para o desenho que o filho fez na escola, e assim por diante.

Cada um é seu próprio senhor nesta nossa vida moderna. Cada um dita suas escolhas. Esta é uma grande revolução, como soube dizer Pedro Fontana, e sinto prazer em fazer parte dela.

 

Até amanhã,

Mariana

9 comentários sobre “A revolução tecnológica na decoração

  1. Adorei seu texto, Mariana! Acho que não existe nada pior do que não se encontrar na própria casa, olhar para as paredes e não enxergar ali nada além de alicerces. Que as pessoas sejam felizes, do bege ao arco-iris, do moderno ao antigo, mas que sejam corajosas para deixar entrar na própria casa aquilo que desejam. Sobre sua pergunta, tenho uma filha, a Stê, de 21, e o Pedroca, de 5. Beijos!

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  2. Nossa Mariana, eu também fiquei super pensando nessa matéria da Casa Claudia, e no que o Pedro Ariel Fontana falou! Também queria fazer um post sobre isso, achei muito interessante, e adoro essas discussões e teorias, sobre o “por quê” do nosso jeito de viver e de algumas tendências… Adorei o post, parabéns! Bjs

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    1. Obrigada :)
      Acredito que quanto mais pensarmos e falarmos sobre isso, mais as pessoas entenderão o direito à liberdade que temos na hora de escolher. Chega dessa coisa quadrada, padronizada, né?
      Um beijão!

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  3. Concordo plenamente! Acho que a nossa casa é o cantinho que a gente se encontra, se enxerga… deve ter a nossa cara! E também fico feliz de muitos estarem reaproveitando peças, reutilizando coisas… cada ítem tem uma história para contar, além do aspecto sustentável!

    Bjs,
    Mari

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    1. E são dois pontos de tanto valor, né, Marianne? Primeiro, que cada peça tem a sua história e não é por estar “fora de moda” que deve ser descartada. E, segundo, a importância sustentável. Vamos torcer (e lutar!) pra que as coisas mudem.
      Um beijo!

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  4. Olá, adorei seu texto!!!
    Sim, hoje estamos cada vez mais em todo lugar (internet) e menos em nossa propria casa. Ter um canto com alma é muito importante, se encontrar no final do dia é a melhor coisa do mundo!
    Ah, pega a receita sim, amo experimentar.
    bj

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    1. Gostei desta sua definição de que estamos cada vez mais em todo lugar e menos em nossa própria casa. Acho que esta é a chave.
      E pode deixar que pegarei a receita sim, porque também estou com vontade agora haha!
      Um beijo!

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